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Leishmaniose canina

A leishmaniose é uma zoonose, doença que afecta os animais (em particular os canídeos) e os humanos, causada por um protozoário (parasita unicelular), transmitida pela picada de insectos artrópodes do género Phlebotumus. A doença encontra-se circunscrita a áreas onde se encontre o insecto vector. Na Europa a principal zona de distribuição é a bacia mediterrânea, sendo que emPortugal são várias as zonas consideradas endémicas (Trás-os-Montes e Alto Douro, a sub-região da Cova da Beira, o concelho da Lousã, a região de Lisboa e Setúbal, o concelho de Évora e o Algarve)

A leishmaniose canina é normalmente uma doença crónica cujos sinais clínicos podem levar entre 3 meses a 7 anos a desenvolver. Embora todos os animais infectados apresentem resposta imunitária, os que desenvolvem a doença são apenas os que apresentam resposta imunitária não protectora. Esta resposta imunitária caracteriza-se por um excesso de produção de anticorpos. Estes anticorpos acabam por depositar-se nas paredes dos vasos originando lesões em vários órgãos e tecidos como articulações, olhos, intestinos, rins. As lesões nos rins são, nos cães, responsáveis por insuficiência renal crónica, considerada a principal causa de morte em cães.

Sinais Clínicos:

Os sinais clínicos são variados, mas iniciam-se geralmente com apatia progressiva e intolerância ao exercício. As lesões de pele são as mais frequentes, começando normalmente por perda de pêlo e descamação, sem prurido, que se inicia na cabeça e progride gradualmente para o resto do corpo. Podem também surgir feridas de difícil cicatrização, crescimento anormal das unhas e hemorragia nasal e lesões oculares. Em animais com afecção visceral é comum a perda de peso e a atrofia muscular.

Numa fase em que o animal já desenvolveu insuficiência renal o seu estado geral agrava-se bastante podendo o animal

apresentar perda de apetite, aumento do consumo de água e consequente aumento do volume de urina e vómito.

Diagnóstico

Sempre que exista suspeita de leishmaniose devem ser realizados testes, mas devido à elevada incidência da doença no nosso país cada vez mais se aconselha a realização de rastreios anuais.

Um resultado positivo não é indicador de que o cão tenha ou vá vir a desenvolver a doença, o médico veterinário tomará a melhor opção no que respeita ao tratamento de cada caso. Um diagnóstico precoce é muito importante porque aumentará o sucesso do tratamento.

Prevenção

A partir do final do corrente mês de Maio vai ser introduzida no mercado, pelo Laboratório Virbac, uma vacina contra a Leishmaniainfantum, o Centro Veterinário do Bom João irá estar presente neste evento de extrema importância. Outras medidas de prevenção estão relacionadas com o evitar a picada do animal pelo vector transmissor, nomeadamente:

  • Uso de coleiras ou pipetas com efeito repelente sobre o insecto vector;
  • Evitar passeios ao amanhecer e ao entardecer (horas do dia em que há maioractividade do 'mosquito' vector);
  • Assegurar o bom estado de saúde do animal mediante vacinação contra as doenças dominantes, desparasitação, alimentação correcta e boa higiene.

Tratamento

As opções de tratamento são várias, cabe ao seu veterinário escolher o tratamento que melhor se adeque a cada caso em particular.